quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

As lâmpadas incandescentes ganham sobrevida nos EUA



As velhas lâmpadas incandescentes, que quebram, esquentam e desperdiçam energia, ganharam uma sobrevida nos Estados Unidos. O Congresso decidiu que o Departamento de Energia do país ainda não pode começar o processo de eliminação dessas lâmpadas no país. A partir do ano que vem, as lâmpadas de 100 Watts incandescentes começariam a ser retiradas gradualmente do mercado. Até 2014, os EUA estariam livres delas. Os consumidores só poderiam comprar alternativas mais eficientes, como halógenas, fluorescentes ou LEDs. O problema é que essas opções custam mais caro. O início do processo foi adiado em nove meses.
“O povo americano quer menos intromissão do governo em suas vidas. E isso inclui não se meter na decisão pessoal de comprar lâmpadas”, disse parlamentar Michele Bachmann, pré-candidata republicana à presidência e autora do projeto que adia o fim das incandescentes.
O adiamento, em tese, poupa o consumidor. As lâmpadas mais eficientes duram mais e gastam menos energia, por isso a longo prazo o investimento se paga. Mas a troca obriga o consumidor a fazer um desembolso maior agora, investindo nas lâmpadas mais eficientes e mais caras.
A Associação dos Fabricantes de Aparelhos Elétricos (NEMA, na sigla em Inglês), no entanto, disse que o adiamento prejudica a indústria americana. Os fabricantes americanos de lâmpadas já investiram em aumentar suas linhas de lâmpadas mais eficientes. Agora, enfrentarão a concorrência de fabricantes estrangeiros, que vendem incandescentes importadas nos EUA a preços mais baixos que as americanas.
O debate lembra a estratégia americana com os limites de emissões poluentes para os veículos. Por pressão política – e uma dose de demagogia – o país adiou a adoção de limites mais rigorosos para os carros. Enquanto isso, outros países, com o Brasil e as nações da Europa, foram estabelecendo padrões mais estritos. Hoje, a indústria automobilística americana produz carros que não atendem nem aos padrões de emissão da China. E isso prejudicou sua competitividade no mercado global.
(Alexandre Mansur)
Foto: Marcel Klinger
Leia mais: A máquina que come as lâmpadas velhas

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