terça-feira, 25 de outubro de 2011

III SEMANA MUNICIPAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO IPOJUCA

A Prefeitura Municipal do Ipojuca, através da Secretaria de Tecnologia e Meio Ambiente - SETMA, realizou nos dias 17 a 20 e 23 de outubro de 2011, sua III SEMANA MUNICIPAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - SMCT com a temática Mudanças Climáticas, desastres naturais , o evento acontece desde o ano de 2009 e traz em todas as suas edições grandes atrações científicas, culturais, sociais e educacionais, sempre contando com a participação de instituições federais, estaduais e municipais, além da comunidade local, associações, ONG's.
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) acontece no Brasil desde 2004. Ela tem tido um êxito grande com uma participação crescente de pessoas, instituições de pesquisa e ensino e municípios. Em 2010, foram realizadas cerca de 14.000 atividades, em quase 500 municípios brasileiros.



A finalidade principal da SNCT é mobilizar a população, em especial crianças e jovens, em torno de temas e atividades de Ciência e Tecnologia (C&T), valorizando a criatividade, a atitude científica e a inovação. Pretende mostrar a importância da C&T para a vida de cada um e para o desenvolvimento do País. O evento possibilita ainda que a população brasileira conheça e discuta os resultados, a relevância e o impacto das pesquisas científicas e tecnológicas e suas aplicações.



Nesta 3ª edição da SMCT do Ipojuca, as atividades estiveram voltadas para o público escolar e comunidades locais.


As atividades desenvolvidas foram as seguintes:


- CINE CIÊNCIA, com temática de Mudanças Climáticas
- Palestras
- Exibição experimentos do Espaço Ciência de PE. ( Caravana Notáveis Cientistas, Oceanário  UFRPE, apresentação de bonecos gigantes dos cientistas) 
- Gincana Ambiental 
- Concurso de Vídeos     
- Observatório planetário


Além das diversas atrações o evento contou com participação de autoridades federais, estaduais e municipais.


Confira abaixo registros fotográficos da III SMCT de Ipojuca,









































quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A história de um mar vazio

Não foi por acaso que Bruegel, pintor renascentista do século XVI, usou peixes em sua pintura “Peixe grande come peixe pequeno” para representar a autofagia socioeconômica da sociedade renascentista do continente europeu. Naquela época a zona costeira do Oceano Atlântico Norte era visivelmente farta em peixes de toda espécie, como mostra a obra de Bruegel. No entanto, segundo Callum Roberts, professor de conservação marinha da Universidade de York, Inglaterra e autor do livro “The unnatural history of the sea", toda essa fartura já estava condenada pela pesca comercial cuja origem não é de agora, mas sim nascida e desenvolvida rapidamente em poucas décadas na virada do primeiro para o segundo milênio, entre os séculos X e XI. Até então, a sociedade medieval consumia principalmente peixes de água doce como esturjão, trutas, salmões e enguias que migravam ao longo dos rios, seguindo seus instintos reprodutivos. Com o aumento populacional e a expansão das cidades medievais, quase sempre localizadas às margens de rios com conexão com o mar (Londres/Tâmisa, Paris/Sena), a demanda por alimentos cresceu e os campos agrícolas naturalmente começaram a substituir as florestas e matas ciliares. Com isso foi preciso muito mais água doce para irrigação e para manter girando as rodas d’água dos moinhos de milho que se multiplicavam no continente europeu. Milhares de pequenas barragens foram construídas ao longo das bacias hidrográficas da Europa pelos próprios agricultores e proprietários de terras. A erosão das matas ciliares e a diminuição do fluxo de água provocou o acúmulo gradativo de sedimentos nos leitos dos rios. Houve assoreamento de locais de desova, perda de hábitats naturais de alimentação e refúgio, além da dificuldade para migrar, uma etapa fundamental do ciclo de vida dos peixes.

Pra piorar as coisas, redes de pesca eram fixadas perpendicularmente ao curso dos rios capturando os peixes migradores em pleno período de reprodução. Sem políticas públicas para proteção dos estoques, sem manejo e regulamentação por defesos temporários ou criação de reservas de pesca, os estoques declinaram rapidamente e irreversivelmente a partir do século XI, o que levou a procura de fontes alternativas. E a única alternativa estava evidentemente... no mar.Os primeiros registros arqueológicos de espinhas de bacalhau encontradas em poços medievais do interior da Inglaterra datam do início do século XI. Foi mais ou menos entre 1050 e 1100 que os peixes marinhos substituíram de vez os peixes de água doce, tornando-se cada vez mais frequentes na dieta da sociedade medieval. Os povos escandinavos (vikings) eram excelentes pescadores e no início passaram a fornecer peixes de alto mar para a dieta européia a preços bem baratos quando a pesca de água doce entrou em declínio. Cargas de bacalhau, halibuts, linguados de alto mar eram defumadas, secas e salgadas, e transportadas para atender os mercados da costa européia. Mesmo a aquicultura continental iniciada na França no fim do primeiro milênio para equilibrar a escassez dos estoques naturais acabou em abandono dos tanques de cultivo por conta da fartura e baixos preços dos peixes marinhos oriundos do Mar do Norte.Ironicamente, se não fosse a descoberta do petróleo, hoje o maior vilão da contaminação atmosférica e das mudanças climáticas globais, talvez nós não veríamos mais nenhuma baleia ou foquinha sequer no Animal Planet. 
No entanto, ingleses, franceses, holandeses e espanhóis bascos logo aprenderam a pescar em suas águas costeiras e mais tarde, também passaram a se aventurar em águas distantes e profundas, competindo pelo comércio da pesca no Mar do Norte. Durante séculos a prática do arrasto de fundo com redes e porta e a pesca com espinhéis era praticada por barcos a vela. Os peixes eram mantidos frescos dentro de tanques de água renovável no porão por semanas até chegarem aos mercados portuários. A pesca, portanto, era limitada às condições de vento e marés e isso pelo menos mantinha protegida as populações em águas distantes e de navegação complicada. Em meados do século XIX a Revolução Industrial permitiu a construção de motores a vapor. Na Inglaterra, as locomotivas agilizaram o transporte de peixe fresco e até mesmo vivo dentro de vagões-tanque, expandindo para o interior do país o mercado de peixe marinho, antes restrito às cidades e vilas costeiras. Ao mesmo tempo, os barcos a vapor, agora não mais restritos às condições favoráveis de vento e marés, aumentaram o esforço e a capacidade pesqueira que se estendeu ainda mais para as regiões de dificil acesso pelos barcos de pesca movidos a vela até então, ampliando as zonas de pesca.

Mas muito antes, nos séculos que seguiram o ciclo dos descobrimentos (isto é Colombo, Cabral, etc) a voracidade e expansão do comércio pesqueiro da Europa iniciou um novo ciclo no Atlântico Noroeste. Os exploradores europeus financiados pelos seus reinos e mercadores mais abastados não vieram apenas a procura de ouro, pedras preciosas e madeira, como sempre aprendemos nos cursos de História. Vieram também atrás de peixes e sobretudo, mamíferos marinhos para atender o comércio de alimento e manter acesas suas lamparinas com óleo de baleia.

A baleia foi a primeira commodity da história do comércio global. A carne desses animais era salgada para consumo; a banha era usada na fritura e conservação dos alimentos; as barbatanas bucais eram usadas em armação de vestidos e espartilhos, que moldavam os corpos femininos asfixiados da corte européia; os intestinos davam o âmbar, o principal fixador de perfumes; toda a iluminação pública e doméstica nas capitais e vilas da Europa era feita a base de óleo de mamíferos marinhos, bem como a lubrificação de ferramentas e máquinas da Revolução Industrial. Ironicamente, se não fosse a descoberta do petróleo, hoje o maior vilão da contaminação atmosférica e das mudanças climáticas globais, talvez nós não veríamos mais nenhuma baleia ou foquinha sequer no Animal Planet. Só os seus esqueletos e pinturas expostas nos museus de história natural. 
A caça baleeira começou nos séculos IX e X nos mares frios da Europa e da Escandinávia. Inicialmente era praticada somente na costa, tal era a abundância de baleias nas águas do Mar do Norte e a facilidade em avistá-las. O declínio das populações costeiras obrigou a caça a se aventurar em águas mais distantes e profundas, usando embarcações baleeiras adaptadas. Por volta do século XVI, quando o Brasil tinha acabado de ser descoberto, as baleias já eram raras nos mares da Europa e Escandinávia. As tentativas de descoberta de uma passagem pelo Oceano Ártico para acelerar o comércio entre a Europa e a China, na época o maior mercado de especiarias, sedas, peles e tudo o que interessava a sociedade européia de então, trouxe a notícia da fartura nos mares do Novo Mundo. Registros dos exploradores da época mencionam milhares de baleias em baías e fiordes do Atlântico Noroeste e do Oceano Ártico canadense, onde se concentravam para reproduzir.

Centenas de barcos transportando hordas de caçadores para a Terra Nova chegavam da Europa entre os meses de abril e maio em busca de carne e banha de baleias e de pequenos mamíferos de fácil captura. Acampamentos provisórios de processamento de óleo de baleia na região, outrora restritos aos povoados vikings na Groenlândia, se multiplicaram na América do Norte ao lado das colônias de reprodução. Milhões de baleias e focas foram caçadas e suas banhas, couro e carne foram transportadas para a Europa entre os séculos XVI e XIX.

Além das baleias, a voracidade do comércio predador não perdeu tempo e encontrou novas alternativas de caça de mamíferos marinhos em ilhas oceânicas do Pacífico Norte e Sul, onde centenas de milhares de focas peleteiras se agrupavam nos períodos reprodutivos. Mais de 3 milhões de focas peleteiras foram mortas em menos de 10 anos entre 1790 e 1800 por caçadores russos e americanos para retirar a pele que eram vendidas ao preço equivalente a quase US$100 dólares por unidade para a alta costura do império chinês. Essa foi a herança do que fazem ainda hoje indústrias de pesca canadense e norueguesas que caçam cerca de 300 mil bebezinhos brancos de focas do Ártico para fazer casacos de pele (ver o artigo “E agora Brigite” nesse mesmo site).As morsas do Ártico, aquelas focas bigodudas e dentuças, já eram caçadas não apenas pela banha e carne. O marfim das morsas era uma alternativa do marfim de elefante cujo comércio entre o norte da África e a Europa havia declinado vertiginosamente com a queda do Império Romano. O couro de morsa era considerado o melhor para fazer cordas e selas de cavalos. Uma boa morsa gorducha era “descascada” espiralmente como uma laranja, podendo render uma tira fina e continua de couro de quase 30 metros. No século XIX o couro de morsa era usado como correias do maquinário da Revolução Industrial e até como ponteira de tacos de sinuca.Pior foi o destino da “vaca marinha”, um paquiderme herbívoro comedor de algas, do mesmo grupo do nosso peixe boi, só que gigantesco, chegando a medir 9 metros e pesar 10 toneladas (a “Steller sea cow”), quase do tamanho de uma baleia. Um animal dócil e pouco ágil, como uma vaca aquática lenta e abobada, fácil de ser capturada. Em 1741 o explorador russo Vitor Bering e sua tripulação faminta e atacada pelo escorbuto (falta de vitamina C) chegaram as ilhas Commander próxima da costa oeste da Rússia. Após meses de exploração pelo Pacifico Norte em busca de uma passagem para o Oceano Atlântico, mais tarde batizada de Estreito de Bering, encontraram nessas ilhas uma população de vacas marinhas. Há séculos o animal já vinha sendo capturada por nativos que habitavam as costas do Pacifico norte desde o Japão até a Califórnia. Hoje argumenta-se que além da caça, as florestas de algas kelps, seu habitat natural e principal fonte de alimento, foram roídas e dizimadas por ouriços do mar que se proliferavam aos milhões devido a caça de seu predador natural, a lontra do mar, pelos mesmos nativos. Portanto, devido ao efeito conjunto da pressão pela caça e a escassez de alimento, já estavam quase extintas em meados do século XVIII. Havia sobrado uma única população nas Ilhas Commander que, infelizmente, estavam na rota de Bering e sua tripulação faminta. A notícia da descoberta de uma animal cuja gordura produzia um óleo combustível que não fumaceava e nem fedia tanto quanto o óleo de baleia (i.é., era a gasolina “premium” da época) se espalhou entre os caçadores europeus que todos os anos caçavam centenas desses animais. Em 27 anos extinguiram a única colônia remanescente após séculos de declínio da população. Me arrisco a dizer que a vaca do mar talvez tenha sido a primeira vítima da extinção da megafauna marinha pelo homem.Não só mamíferos e grandes peixes eram alvos da pesca no Novo Mundo. As ilhas caribeñas, como as Tortugas fantasiadas no filme Piratas do Caribe, não eram apenas reduto de corsários e condenados que lá concentravam seus saques e preparavam novos ataques aos navios mercantes. Também eram verdadeiros açougues de tartarugas. Todos os anos centenas de tartarugas eram capturadas nas praias e mantidas em currais improvisados nos porões dos navios por várias semanas sem água e alimento, como fonte de carne fresca durante as jornadas de pilhagem e travessias oceânicas. Além disso, os primeiros colonizadores das ilhas da América Central não tinham muita infraestrutura agrícola e dependiam da caça e pesca. Na Jamaica haviam cerca de 150 empregos dedicados exclusivamente à caça e comércio de tartarugas, geralmente fêmeas desovando. Entre 1688 e 1730 foram mortas cerca de 30 mil tartarugas todos os anos nas ilhas jamaicanas e exportadas para todas as colônias caribenhas. Cientistas atuais, com base em modelos ecológicos que consideram a capacidade suporte do ecossistema caribeño, estimaram que havia entre 50 e 100 milhões de tartarugas desovando no mar do Caribe antes da conquista pelos ingleses no século XVIII. Nas ilhas do Pacífico a mesma história se repetiu. Nas Galápagos, por exemplo, as tartarugas terrestres já estavam ameaçadas de extinção quando Darwin lá chegou a tempo de usá-las como um dos exemplos de sua teoria da evolução.Em meados do século XVII o comércio global de pesca e caça marítima descobriu os estoques intocados do Atlântico Sul, especificamente nos mares frios da Patagônia. Enquanto os portugueses concentravam suas atividades de exploração de madeira, ouro, pedras preciosas e escravos africanos no Brasil Colônia, caçadores ingleses, holandeses passavam ao largo com um único objetivo: pescar e caçar mamíferos nos mares temperados do Atlântico Sul, espalhando-se rapidamente na direção das ilhas do Pacífico Sul. Os estoques mais remotos, o último a ser explorado já na segunda metade do século XIX devido a dificuldade de acesso, foram as focas do Oceano Antártico, porque os das ilhas do Pacífico e do Ártico já tinha ido pro pau há muito tempo.O que exatamente estamos protegendo com os movimentos conservacionistas, os defesos, as limitações de quotas, a criação de AMPs e outras medidas paliativas de gestão pesqueira?”
Não se iludam que o homem medieval e renascentista não era capazes de provocar os mesmos impactos ambientais que fazermos hoje. Peixes e a maioria da megafauna marinha vêem sendo caçados e ameaçados de extinção em função dessa história de exploração e comércio global séculos atrás, e não apenas nos dias de hoje como se pensa. Nossos tatara-tatara-tataravós não dispunham da tecnologia de sonar, barcos fábricas, redes gigantescas e os espinhéis quilométricos que temos hoje. Mesmo assim, provocaram o maior declínio de estoques globais de recursos vivos marinhos que se tem notícia. Nossa visão de que a indústria moderna da pesca oceânica foi capaz de exterminar nos últimos 100 anos cerca de 90% dos estoques pesqueiros mundiais é destorcida. Na verdade acabou com 90% do que havia sobrado no início do século XX após o início da pesca comercial na Idade Média. Hoje quando vemos uma tartaruga nadando ou algumas poucas baleias em Abrolhos, fazemos um auê!! e gastamos todos nossos megabytes nas fotos de um ou outro rabo de jubarte.

A capacidade de predação do ser homem é insuperável. Após ter acabado de exterminar a maior parte da megafauna terrestre lá atrás no período neolítico, chegara a vez da megafauna marinha. Nos 1000 anos entre a Idade Média e o começo do século XIX a população mundial de baleias, focas, morsas e elefantes marinhos já estava reduzida a cerca de 10% dos estoques anteriores ao “antropoceno”.

Portanto, eu cada vez mais me pergunto: o que exatamente estamos protegendo com os movimentos conservacionistas, os defesos, as limitações de quotas, a criação de AMPs e outras medidas paliativas de gestão pesqueira? O que sobrou depois de séculos de exploração nos Oceanos de todo o planeta? Se for assim, precisamos fazer mais do que apenas lutar pela conservação da vida marinha que restou. Precisamos recuperar pelo menos parte do que já se perdeu e resgatar um pouco da biodiversidade marinha que nos foi legada pela natureza. Esse é o nosso maior desafio.
17 Mar 2011, 14:44
var idcomments_acct = "618c5e50935dd909a2e2628b9d6ea860";var idcomments_post_id = "a_historia_de_um_mar_vazio";var idcomments_post_url = "http://www.oeco.com.br/frederico-brandini/24884-a-historia-de-um-mar-vazio";

PROJETO CORAL VIVO


Newsletter - Coral Vivo







Caro(a) Amigo(a) do Coral Vivo,
A edição especial do Coral Vivo Notícias (números 14 e 15), com 12 páginas, já está no nosso site.  Além das seções conhecidas, o jornal traz matérias e informações sobre as atividades que serão desenvolvidas no biênio 2011 – 2012. 

Confira essa edição na íntegra através do link abaixo:


Na nossa página (www.coralvivo.org.br) você também encontra matérias sobre o primeiro mergulho de submersível em recifes de profundidade feito no país, que contou com a participação do coordenador e do gerente de projetos do Coral Vivo. No canal do Projeto no YouTube (www.youtube.com/coralvivo) já estão disponíveis algumas imagens inéditas dessa aventura no Banco dos Abrolhos (BA).

Além dessas novidades, o Parque Natural dos Corais de Armação dos Búzios acaba de inaugurar sua página no Facebook. Para saber de todas as notícias e ações realizadas nessa unidade de conservação basta clicar no botão “Curtir”. Acesse o perfil através do link:



Abraços,
Equipe Coral Vivo

Estudantes poderão fazer experiências no Espaço

«YouTube Space Lab», uma iniciativa lançada pelo YouTube, NASA, Space Adventures e Lenovo, desafia estudantes de todo o mundo a conceber um projecto para a Estação Espacial Internacional (ISS). As experiências vencedoras serão feitas no espaço, na ISS, naquela que será a maior aula de ciência do universo, transmitida para o mundo inteiro através da página de partilha de vídeos.

O Space Lab faz parte de um programa do YouTube que consiste em disponibilizar o acesso ao manancial de conteúdos educacionais. A Agência Espacial Europeia (ESA) junta-se ao lançamento, com outros parceiros na Estação, como a agência japonesa JAXA e a Agência Espacial Canadiana. O júri será constituído por um painel de cientistas de prestígio, astronautas e professores, como Stephen Hawking e os astronautas Frank De Winne, Samantha Cristoforetti e Timothy Peake da ESA, entre outros nomes.

Individualmente ou em grupos que podem ir até três pessoas, os estudantes, de idades entre os 14 e os 18 anos, devem submeter um vídeo no YouTube, com a descrição da experiência que pretendem realizar. Os seis finalistas regionais irão juntar-se nos Estados Unidos, em Março de 2012, para participarem num voo de gravidade zero e receber outros prémios.

Os europeus que cheguem à final irão ganhar uma visita guiada por astronauta às instalações de treino do Centro Europeu de Astronautas, em Colónia, na Alemanha, que irá incluir debates científicos. No final, serão anunciados dois vencedores globais, cujas experiências serão enviadas para o espaço e realizadas na Estação Espacial, no Verão de 2012, sendo transmitidas em directo via YouTube.

Além disso, os vencedores poderão escolher um de dois prémios: ou uma viagem ao Japão, para assistir ao lançamento da sua experiência a bordo da nave de carga HTV, ou uma ida à Rússia para um autêntico treino espacial nas instalações em que Yuri Gagarin se tornou cosmonauta.

Experiências transmitidas em directo do espaço.
Experiências transmitidas em directo do espaço.
“Acredito que seja essencial envolver os jovens, não só nos desafios de fazer ciência no espaço, mas também na percepção de uma vasta gama de benefícios associados”,
 disse Thomas Reiter, director de Voos Tripulados e Operações da ESA e ex-tripulante da ISS.

Segundo o director, “o ‘YouTube Space Lab’ é uma excelente forma de chegar a futuras gerações de cientistas, no chão e em órbita”. E acrescentou: “Hoje em dia, diversas experiências de investigação fundamental e aplicada, na área das ciências da vida e da física, da monitorização da Terra e do espaço, ou ainda na área da tecnologia e da educação, são feitas no nosso Columbus, a bordo da ISS, em paralelo com os programas de pesquisa desenvolvidos em terra”.

ESA alimenta uma juventude
A ESA está numa posição única, que lhe permite chegar a todos os estudantes europeus, do ensino básico e secundário. Pode tirar partido do entusiasmo relativamente ao espaço e usar isto como forma de estimular e alimentar o fascínio das crianças pela ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

A presença regular, desde 2009, de astronautas da ESA em missões de longa duração na Estação é uma oportunidade para as escolas europeias participarem em actividades como a ‘Take Your Classroom Into Space’, em que as crianças fazem em terra as mesmas actividades que os astronautas desenvolvem no espaço.

Grande parte do material educacional da ESA envolve experiências no módulo europeu Columbus, mas também inclui outros módulos de construção europeia, como o Cupola, o que permite atingir um maior número de pessoas, através de espectaculares imagens e vídeos da Terra.

REUNIÃO PARA NORMATIZAÇÃO DO ACESSO E PERMANÊNCIA DE VISITANTES NO AMBIENTE RECIFAL DE PORTO DE GALINHAS

A Prefeitura de Ipojuca, através da Secretaria de Tecnologia e Meio Ambiente, realizou no dia 10 de outubro de 2011 (segunda-feira) às 09:00 hs na Vice - Prefeitura (Escritório do Litoral) reunião com os diversos segmentos atuantes na orla da praia de Porto de Galinhas em Ipojuca. A reunião foi proferida pelo Secretário de Tecnologia e Meio Ambiente, o Sr. Erivelto Lacerda de Araújo e teve como objetivo definir medidas e informes quanto a normatização do acesso e da permanência de visitantes e usuários de equipamentos naúticos no ambiente recifal da praia de Porto de Galinhas.
Estavam presentes os presidentes das seguintes associações:

- Associação de Taxistas
- Associação de Vendedores Ambulantes
- Associação de Barraqueiros
- Associação de Hotéis
- Associação de Jangadeiros
- Associação de Empresas Operadoras de Mergulho

Além desse, também foram convidados os representantes da Associação de bugueiros e a 9º Delegacia de Plantão Policial de Porto de Galinhas, mais não compareceram a reunião.

Ao final da reunião foi elaborada uma ata.








quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Mostra sobre parques nacionais será inaugurada em Brasília


05/10/2011
Quem quiser conhecer alguns dos mais belos cenários brasileiros, sem sair da cidade, tem uma nova opção de entretenimento. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Agência de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento (GIZ) promovem, até o dia 16 de outubro, no Casa Park, em Brasília, a exposição fotográfica Patrimônios Naturais - Edição Parques Nacionais Brasileiros.
A mostra será aberta nesta quinta-feira (6/10), às 19h30, mas a visitação pública começa a partir da sexta (7). O visitante poderá apreciar 23 painéis fotográficos que o conduzem ao universo de alguns dos mais representativos parques nacionais.
Os cenários reunidos na exposição, que conta com a curadoria do fotógrafo João Paulo Barbosa, revelam a exuberância das inúmeras possibilidades de vida nessas áreas, bem como sua interdependência. A mostra contribui, ainda, para a divulgação dos resultados de uma política de proteção ambiental que é baseada na preservação e conservação da biodiversidade e de paisagens naturais, além da valorização do homem e sua cultura.
As imagens foram registradas e cedidas pelos fotógrafos Alessandro Max, Alex Uchôa, Flávio Varricchio, João Paulo Barbosa, Márcio Cabral, Marcos Amend, Ney Oliveira, Olivier Boëls e Rubens Matsushita, além dos analistas ambientais Leonardo Milano e Nelson Yoneda, do ICMBio.
A exposição representa parte das 310 unidades de conservação federais, divididas em 12 categorias, que são administradas pelo ICMBio. O órgão é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e protege, atualmente, 75 milhões de hectares - o equivalente a quase 9% do território brasileiro.
Serviço:
Local: Shopping Casa Park, Setor de Garagens e Concessionárias de Veículos Sul, Lt 22, Brasília-DF
Horário de visitação: de segunda a sexta, das 10h às 22h, domingos e feriados das 14h às 20h
Contato: Assessoria de Comunicação Social do ICMBio, (61) 3341-9292

De empresários a catadores todos querem uma solução para os resíduos sólidos


Em dois dias de intensos debates na 2ª Audiência Pública realizada na região Sul sobre o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, representantes da sociedade civil, dos catadores e dos empresários do setor discutem cada proposta do documento-base, elaborado pela Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA e fundamentado no diagnóstico da atual situação dos resíduos sólidos no Brasil, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em Curitiba (PR), o grupo que trata sobre resíduos sólidos urbanos e inclusão dos Catadores de Materiais Recicláveis reflete o grande interesse dos participantes pelos temas apresentados.
Todos querem aprofundar informações sobre temas como logística reversa, responsabilidade compartilhada, sobre o fim dos lixões previsto para 2014, sobre os aterros sanitários, reciclagem, novas tecnologias, educação ambiental e resíduos perigosos. Os debates ampliam divergências, mas também aproximam visões de mundo antes antagônicas. Os catadores, por exemplo, reivindicam ações governamentais para que o processo de inclusão seja mais rápido. Os empresários esperam a entrada no mercado de novas tecnologias que possam garantir uma maior eficiência aos negócios.
O catador gaúcho, de Novo Hamburgo, Podalírio de Souza, na atividade há 18 anos, quer que o Governo olhe mais pelo setor. Segundo ele, no momento, as ações pró-catador estão meio lentas. "Há dois anos, a gente teve um grande salto. O pessoal da minha cooperativa, por exemplo, passou de uma renda de cerca de R$ 200 por mês para R$ 1.600".
Podalírio afirma que a vida dos catadores melhorou depois da veiculação da campanha "Separe o lixo e acerte na lata". Para ele, também é muito importante o Governo Federal propiciar o debate sobre o Plano Nacional de Resíduos Sólidos. "Acredito muito nessa iniciativa. Estou aqui representando meus companheiros da cooperativa. Tudo que eu aprender aqui vou repassar a todos", disse.
O gestor Cláudio Caneshi, representante da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável de Santa Catarina, acredita que a audiência é muito válida porque é uma oportunidade de uma intensa troca de ideias. De acordo com ele, o tema resíduos sólidos vem mexendo muito com a população brasileira, despertando um interesse incomum entre as pessoas. "Por isso, o Governo tem que tomar providências para propor ações para o setor".
O secretário de Meio Ambiente de Candiota, município localizado na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, Haroldo Quintana, diz que está participando do processo das audiências públicas porque busca informações com relação aos aterros sanitários, principalmente no que diz respeito ao financiamento para a construção de centros de triagem. Ele também acredita que o momento é essencial para a troca de informações entre Governo e sociedade. "Agora, as pessoas estão começando a ter conhecimento sobre as questões do meio ambiente. As informações estão se expandindo Hoje, todo mundo discute sobre resíduos".
Quintana quer que o Governo Federal explique porque os aterros privados dão certo e os aterros públicos acabam se transformando em lixões. Ele sabe que a resposta está na forma de gestão do empreendimento, mas espera uma posição dos governantes. Ele também sugere a criação da figura dos agentes ambientais nos municípios com menos de 20 mil habitantes, onde não existe a figura do catador.
O empresário Rubens Maluf Dabul, do Instituto Sociambiental Brasil, de Curitiba, acha a iniciativa das audiências excelente. Ele, no entanto, acredita que os principais atores do setor (empresariado) não sabem o que estão sendo debatidos no evento. "A preocupação maior é relativa às novas tecnologias que estão entrando no mercado", disse. Ele, no entanto, diz que a solução para os problemas dos resíduos está neste tipo de iniciativa.

Calendário - A consulta pública na região Sul termina nesta quarta-feira (5/10). As próximas serão realizadas em São Paulo (Sudeste), nos dias 10 e 11/10; em Recife (Nordeste), 13 e 14/10; e em Belém (Norte), 18 e 19/10.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Negociações sobre mudanças climáticas começam no Panamá

PANAMÁ - Negociadores de todo o mundo iniciaram no sábado (1º), no Panamá, as conversações que pretendem destravar alguns pontos chaves antes da conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que acontecerá no final do ano na cidade sul-africana de Durban.
O maior obstáculo diz respeito ao futuro do Protocolo de Kioto, que exige que os países desenvolvidos reduzam as emissões de dióxido de carbono, consideradas as culpadas pelo aquecimento global. As obrigações impostas por este tratado às nações ricas terminam em 2012 e ainda não há um pacto para a renovação.
Os participantes não esperam o anúncio de um acordo durante a semana de negociações estimuladas pela ONU no Panamá, mas sim estabelecer as bases para a conferência de Durban, que começará em 28 de novembro e é considerada a última oportunidade de tomar uma decisão a respeito de Kioto.
Da Agência France Presse.

Extinta espécie de tubarão do Arquipélago de São Pedro e São Paulo

Peixe restrito a ilhas oceânicas ao redor do mundo, no Atlântico o tubarão-das-galápagos era encontrado apenas no Arquipélago de São Pedro e São Paulo, a 1.600 quilômetros do Recife. Agora, artigo científico mostra que a espécie está extinta nesse oceano. A causa, segundo os pesquisadores, é a pesca excessiva.
“O declínio populacional da espécie coincide com o início da pesca no arquipélago após quase 200 anos em que ela vinha sendo registrada como extremamente abundante no local”, diz o autor do estudo, Osmar José Luiz Júnior, da Universidade Estadual Paulista.
O pesquisador analisou citações do animal, cientificamente chamado Carcharhinus galapagensis, desde 1799. Por dois séculos, inicialmente exploradores, e depois expedições científicas, citaram a presença do tubarão no entorno do conjunto de 15 ilhotas que constituem o arquipélago. O desaparecimento coincide com a ocupação de São Pedro e São Paulo, pelo governo brasileiro, para garantir a soberania sobre a exploração dos recursos naturais existentes num raio de 200 milhas náuticas (ou 360 quilômetros) da costa.
É que o País havia assinado, em 1982, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) e, para ter domínio sobre o arquipélago, tinha que comprovar que explorava não só científica como economicamente o local. No artigo, publicado recentemente na revista Biological Conservation, Osmar Luiz analisa ainda os impactos da extinção do peixe sobre a cadeia alimentar. Uma deles é o aumento da população de moreias.
Antes predadas pelos tubarões-das-galápagos, um dos 10 tipos de tubarões encontrados no arquipélago, elas agora se transformaram numa ameaça a uma espécie de peixe menor, o anthias-de-são-pedro-e-são-paulo. O animal é endêmico, ou seja, é encontrado apenas no local. A eliminação do tubarão-das-galápagos pode fazer com que a população de animais dos quais ele se alimentam aumente descontroladamente. “Isso resulta num efeito dominó que pode desestabilizar o ecossistema.”
Entre as dez espécies de tubarão encontradas no arquipélago, o das-galápagos é considerada a mais ameaçada. “Ela possui hábitos mais sedentários e vive apenas próximo ao litoral das ilhas ao invés do mar aberto”, justifica o professor. Outras espécies como o tubarão-de-lombo-preto (Carcharhinus falciformis) e tubarões-martelo (Sphyrna lewini) também são capturadas por pescadores. “Mas trata-se de animais oceânicos e, em razão da grande área que sua população pode se espalhar, é mais difícil dizer com certeza se a pesca vem ameaçando sua existência”, diz Osmar Luiz.
O pesquisador, no entanto, informa que estudos em andamento têm mostrado que a captura de lombos-pretos vem diminuindo nos últimos anos, indicando um possível declínio populacional. O biólogo recomenda a interrupção imediata das pesca de tubarões no arquipélago. Apesar da espécie não ser vista por pesquisadores que mergulham no local há quase 20 anos, há relatos de que pescadores tenham capturado recentemente exemplares. “Com isso, concluo que a pesca não só exterminou a espécie no arquipélago como também vem impedindo a sua recolonização.”

Nasa diz que satélite Uars caiu no oceano Pacífico

Após as incertezas iniciais sobre o ponto exato do reingresso do satélite Uars (Upper Atmosphere Research Satellite) à Terra, a Nasa divulgou nesta terça-feira (27) que o objeto atingiu a atmosfera terrestre, no sábado (24), ao sul do oceano Pacífico.

"O satélite entrou na atmosfera sobre o Pacífico a 14,1 graus de latitude sul e 170,2 graus de longitude leste. Essa localização se situa em uma área remota e grande do oceano", informou em comunicado a agência espacial. De acordo com os cientistas, o satélite caiu num local distante de terra firme. Os restos do equipamento devem estar agora entre 480 e 1.300 quilômetros de seu ponto de reentrada na atmosfera.
A Nasa também divulgou a hora exata em que o satélite, que pesa aproximadamente 6 toneladas, atingiu a Terra: 4h01 GMT (1h01 de Brasília). O Uars, que operou até 2005, se despedaçou em 26 partes após a reentrada. O satélite custou US$ 750 milhões e sua finalidade era medir mudanças atmosféricas e os efeitos da poluição.
A queda do Uars foi marcada por grande ansiedade, e ele se tornou um dos protagonistas das redes sociais na semana passada. A probabilidade de algum dos pedaços do Uars atingir uma pessoa era calculada pela Nasa em uma em 3,2 mil.