quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Produção de energia das ondas começa em 2015



Ao largo da praia de São Pedro de Moel (Leiria), a zona piloto foi criada para promover a energia renovável das ondas, potenciando o seu desenvolvimento tecnológico e a sua comercialização.

A zona piloto portuguesa criada para a produção de energia das ondas, em 2008, deve entrar em funcionamento em 2015, quando for superada a carência de infra-estruturas.
Segundo Teresa Simas, do Centro de Energia das Ondas, “há uma empresa que é responsável pela gestão da zona, que foi criada há pouco tempo e, neste momento, está a ser desenvolvido ainda o orçamento e o plano da infra-estrutura que vai ser instalada. Estão a ser feitos os cálculos de engenharia para instalação do cabo e o plano é que em 2015 esteja instalado e a zona possa começar a ser usada”.

A coordenadora do Departamento de Ambiente daquela organização privada sem fins lucrativos adiantou à Lusa que “existem vários produtores [internacionais] com interesse em instalar dispositivos” na zona piloto, mas “o problema é que não existe ainda tecnologia com desenvolvimento comercial muito avançada, pelo menos ao nível das ondas”. Por isso, realça, “está-se a pensar fazer uma zona de testes para promover o desenvolvimento de dispositivos e depois potenciar isso para uma eventual fase comercial”.

Questionada sobre o futuro das energias marinhas no País, Teresa Simas diz que Portugal tem recebido “vários projectos”. No entanto, alerta, “tudo depende do desenvolvimento destas zonas de teste”, nomeadamente da zona piloto.

“Se isto for rápido, vejo [o desenvolvimento da energia das ondas] com muitos bons olhos. Agora, obviamente que não se pode investir só em ondas, também há a energia do vento em terra, por exemplo. Mas acredito que podemos ter uma mistura energética que vai permitir aumentar a nossa auto-suficiência”, afirmou a investigadora, salvaguardando estar a falar “num período bastante alargado de anos”.

Teresa Simas evidenciou também o potencial de Portugal no desenvolvimento da energia das ondas, nomeadamente em águas profundas. O país dispõe do recurso em toda a costa ocidental, tem um bom clima e águas profundas próximas da costa, bem como infra-estruturas (portos e estaleiros) em vários pontos da costa, tendo também pontos de conexão à rede eléctrica e boa capacidade de conhecimento técnico e científico, tanto recursos humanos qualificados como centros de investigação competentes.

No entanto, a investigadora apontou algumas barreiras ao desenvolvimento da tecnologia das ondas, nomeadamente a morosidade dos processos de licenciamento, a falta de financiamento, os conflitos de uso (pescas, actividades de lazer, rotas de navegação e áreas de uso militar), problemas ambientais e ainda a percepção negativa do público, seja por falta de informação, seja pela descrença no sector.

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